Peço a Deus que me ajude,
Fazer esta homenagem.
A uma grande mulher,
Símbolo de luta e coragem.
Devemos sempre lembrar,
De Margarida Maria Alves.
No dia cinco de agosto,
1933 foi o ano.
Que margarida nasceu,
Disso não tenho engano.
Cidade de Alagoa
Grande,
Do Brejo paraibano.
Quem diria que a menina,
Caçula de nove irmãos.
Trazia em seu destino,
Grande e bela missão.
Lutar para libertar,
Seu povo da opressão.
Ela não se conformava,
De ver seu povo sofrer.
Trabalhar tanto na terra,
Sem ter direitos de receber.
Aos menos um salário digno,
Para poder sobreviver.
Se o tempo da escravidão,
Já havia se acabado.
Porque o trabalhador rural,
Não era assalariado.
Trabalhar muito e ganhar pouco,
Pelos serviços prestados.
Por lei estabelecida,
É direito de todo cidadão,
Ter acesso a terra onde vive,
De onde tira seu pão.
Para garantir esse direito,
Ela fazia questão.
Tanta terra má distribuída,
Poderia ser
aproveitada,
Proprietários com tantas,
Trabalhadores sem nada.
Um pedacinho dessas terras,
Poderia ser doadas.
E pela reforma agrária,
Com coragem atuou.
O centro de educação e cultura,
Do trabalhador rural ela formou.
Em uma única gestão,
Que por doze anos durou.
O homem do campo era pra ter,
A jornada de oito horas.
O décimo terceiro mês,
E as férias obrigatórias.
Registro na carteira de trabalho,
Assim seria a história.
Ela arriscava sua vida.
Mesmo quando ameaçada,
Estava de cabeça erguida,
Para resolver os problemas,
Buscava a melhor
saída.
‘Melhor morrer na luta,
Do que morrer de fome’
Foi assim que ela falou.
Na cidade de sapé,
Em seu discurso confirmou.
Sempre segura de tudo,
Demonstrando seu valor.
Respeitada pelos trabalhadores,
Odiada pelos usineiros,.
Varias ações na justiça,
Pelos direitos dos canavieiros.
Mostrando a necessidade,
Com tudo não impediu,
O seu nome divulgado.
Primeira mulher presente,
De um Sindicato do Estado.
Reconhecida por todos,
Pelo trabalho realizado.
Recebia ameaças dizendo,
Sua vida está em perigo.
Mais não se intimidava,
A isso não dava ouvido.
‘Da luta eu não fujo’
Sempre dizendo consigo.
No dia 12 de agosto,
De 1983.
Estava em sua moradia,
As quatro e meia talvez.
Com o esposo e seu filho,
pela sua ultima vez.
Foi tudo muito depressa,
Uma voz estranha lhe chamou.
Veio saber quem seria,
Pouco se aproximou.
Um tiro de espingarda,
Em seu rosto disparou.
Seu esposo que estava,
Assistindo televisão.
Na sala logo ao lado,
Quando ouviu a explosão.
O corpo da sua esposa,
Ali caído no chão.
Morreu em frente a seu filho,
E do esposo amado.
Na porta de sua casa,
Teve o rosto desfigurado.
Mais um sangue inocente,
Estava sendo derramado.
Alagoa Grande tem histórias,
Não podemos esconder.
Quem vem a nossa cidade,
Tem muito a aprender.
Historias que são comprovadas,
Vale apena reviver.
Nossa gente é valente,
Eu digo para você,
Covardia não tem vez.
Isto é certo pode crer.
Luta para conquistar,
Diante do que acontecer não
perde,
A coragem para lutar